Na noite quente do dia 28 de Abril, várias eram as pessoas que se concentravam à porta do Bar Académico (BA), de Guimarães. O motivo: a final do concurso de bandas de garagem organizado pela Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), o UMplugged. O concurso, que já vai na sua sétima edição, tem sido alvo de várias críticas por parte de blogues de análise musical, e na sua maioria os comentários têm sido positivos.
Marcado para as 22:00, o certame começou com meia hora de atraso, o que já vem sendo hábito em todos os concursos de bandas de garagem do país. O ambiente, aquando da montagem dos instrumentos, era de grande animação, com os membros das bandas a apoiarem-se uns aos outros, demonstrando respeito e cooperação para com o “adversário”. Embora habitualmente o bar esteja aberto às 22:00, naquele dia estava fechado, deixando ainda com mais ânsia os espectadores. Após a abertura de portas, a casa encheu com cerca de 400 espectadores que puderam ver a actuação da banda convidada, os conhecidos “Peixe: Avião”.
Com uma actuação recheada de humor, característica do grupo, os “Peixe: Avião” abriram da melhor forma aquela noite de concertos. Entrou, entretanto, em palco, a primeira banda a concurso, os "City Spark". Esta banda, vencedora da primeira eliminatória, foi das três a mais “pop”, deixando ao rubro o público que não a conhecia e que não fazia parte de nenhuma banda. De facto, quem olhasse com pormenor para o público presente, via que as bandas de rock alternativo eram as favoritas da assistência. T-Shirts com fotografias dos “Oasis”, “Placebo”, “Nirvana” ou outras, eram maioritárias no BA.
Subiram ao palco os "Wokini", e a ovação foi muito grande. Todos estavam perante a primeira banda de Guimarães a actuar. Com um som tribal (o nome "Wokini" advém da tribo Lakota), os músicos entregaram uma grande energia ao seu concerto. Como afirma a vocalista, Patrícia, os "Wokini" gostam de ser, cada um, “um elemento da natureza – terra, ar, fogo e água”.
Pelo meio de cervejas, a bebida mais pedida daquela noite, o público ficava cada vez mais descontraído e apto para apreciar da melhor forma o som emanado pelas bandas. A última banda chegaria, os "Dynamite Trust". A banda que viria a vencer o festival não começou com um som muito apelativo. Apesar disso, a qualidade começou a aumentar e o som a progredir, intensificando-se e fixando-se num rock alternativo com algumas distorções, que levaram o público ao rubro. De facto, foi com "Dynamite Trust" que o público “explodiu”, e no final a grande ovação que os também vimaranenses receberam foi a prova de que o prémio foi bem entregue.
Após a entrega dos prémios e as menções honrosas ao melhor baixista, baterista, vocalista e guitarrista, o público manteve-se no Bar em convívio com os músicos. Pedro Moreira, de Engenharia Civil, era uma das muitas pessoas que conversava com um dos membros de "Dynamite Trust", sem os conhecer. O estudante afirmou que “esta é uma oportunidade única, ver uma banda que eu gosto e ainda poder falar com eles o tempo que eu quiser”.
A direcção da AAUM também esteve presente. Natalino Gomes, vice-presidente do Departamento Cultural da AAUM (organizador do evento), estava “feliz por o público e as bandas terem aderido à iniciativa.” “As bandas aderiram pois este ano batemos o record de maquetes recebidas, 16, e o público porque encheu este espaço que não é pequeno”, referiu ainda o responsável pelo evento. Aos poucos, as bandas saíram do BA, e a noite continuou para o público, como se de uma noite normal se tratasse.